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Sobre menstruação, Lua mensal, acolhimento e cura

  • Foto do escritor: Denise Flores
    Denise Flores
  • 12 de dez. de 2020
  • 2 min de leitura

Há um ano comecei a tomar óleo de prímula*, de tudo o que me aconselharam para vencer a TPM, as cápsulas diárias têm sido um ingrediente muito eficiente. Menstruei pela primeira vez aos dez anos de idade e não tinha a menor noção de que aquilo poderia acontecer. E aconteceu dois dias antes de uma apresentação no colégio onde o figurino era meia-calça branca, colant branco e saia branca. Os primeiros sete anos de ciclo, época do colégio, foram marcados por "carregar" o absorvente reserva entre a calcinha e a barriga, moleton na cintura (mesmo no verão) para o caso de algum acidente, e nos dias de cólica, pequenas doses de vinho com melissa. Eram oito ou dez longos dias de ciclo. E muito choro na TPM, todos os meses. Na faculdade existiu a grande (e óbvia) vantagem de levar a bolsa para o banheiro e não precisar passar horas com um absorvente reserva escondido (espero que hoje em dia as meninas não passem por isso). Entre, mais ou menos, os dezoito e vinte anos, tive um único namoro sério o suficiente para que eu assumisse a pílula como algo necessário. (Na época isso fazia sentido). Não me adaptei a nenhuma marca porque todas me deixavam deprimida. Optei por usar injeção, menstruação regulada, menores riscos de uma gravidez sem planejamento, sem TPM, e também, hoje eu entendo, uma super violência com o meu corpo. Fim do namoro. Fim da injeção. Volta da TPM. Mas também muito mais maturidade para lidar com o assunto e muito mais liberdade para falar a respeito. Já sofri muito com TPM. Ninguém gosta de perder o controle. E principalmente, ninguém gosta de ser "acusada de estar de TPM". Ninguém tem TPM porque gosta. Há três anos adotei a Mandala Lunar, entender a menstruação como uma Lua interna de fases, que varia junto a Lua externa, é uma poderosa ferramenta de auto conhecimento que me ajuda a lidar com as variações de humor e mudanças no meu corpo. Foi com a mandala que descobri que tenho insônia pré menstrual, e também que, as vezes, o primeiro dia do ciclo e o primeiro sem sangramento são mais estranhos que o período pré menstrual. Também foi com a mandala que entendi que tenho mais prazer e melhores resultados em processos criativos realizados na segunda metade do ciclo. Entender melhor meus ciclos e meu corpo foi fundamental para uma melhor relação com a minha Lua. Aos trinta e oito anos, enfim, tenho uma boa relação com a menstruação. Agradeço pela sua chegada. Desejo que o sangue desça limpando e levando as dores do último ciclo. Percebo a relação entre cólica e emoções. Acolho as dores com bolsa de água quente. Nos dias ruins, me acolho. Como meu chocolate. Vejo meu filme leve. Choro por nada. Respiro. Porque sei que vai passar. E agradeço, porque agora tudo é mais tranquilo, sereno e consciente. Autoconhecimento é amor, cura e evolução. Amadurecer e florescer em paz são conquistas pelas quais vale a pena lutar. Denise Flores 12 de dezembro de 2020, sábado *Caso resolva experimentar o óleo de prímula, leia antes a respeito.




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