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Vó Iria

  • Foto do escritor: Denise Flores
    Denise Flores
  • 23 de jun. de 2018
  • 1 min de leitura

Minha relação com avós não é das mais tradicionais. Não cheguei a conhecer meus avós paternos. Nas fotos, estou cercada pelos maternos.

Eles se separaram quando eu ainda era criança, mas mantiveram uma relação de amizade.

Vó Iria era uma mulher porreta. Deu conta da criação dos filhos, do sustento da casa. Mesmo semi alfabetizada, trabalhou fora.

Também era ela quem fazia reparos na casa, trocava chuveiro. Fazia o melhor bolo marítimo do mundo. E um quindim delicioso.

Há oito anos a vida levou está mulher incrível. Dengue hemorrágica. A dengue mata, acreditem.

Só mais velha pude aprender as lições mais importantes ensinadas pela vó Iria.

Que, independente do que diz a sociedade, podemos escolher o caminho que queremos seguir. Que somos fortes. Podemos cuidar de nós mesmas. Que uma relação pode acabar e o respeito ser preservado.

Acho que a raiz do meu feminismo vem das minhas avós. (Vó Lourdes também era forte e muito independente para a sua época).

Carrego na alma e honro a força destas duas mulheres, que plantaram a semente do feminismo em mim.

Se fecho os olhos, ainda posso escutar a vó Iria, em tom de cumplicidade, com a voz baixa, dizendo "minha alminha gêmea"

Ah, saudades!

Abra as asas minha vó, alcance voos altos. Proteja os filhos, netos e bisnetos.

Seja luz a nos guiar até o dia do nosso reencontro. E receba meu amor.

Foto arquivo pessoal

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