Sobre emoções que reverberam, e ainda sobre momentos na virada cultural.

O show do Marcelo Veronez com participação do Odair José foi incrível!

Começo do show, ele cantou Fera Ferida, e lembrei do meu pai, que adorava a música.

Na última semana também tive um sonho muito bonito com ele, então esses dias ele está mais presente no meu coração.

Como já tem quatorze anos da sua morte, não costumo pensar muito em como seria se ele estivesse aqui, porque me faz mal e porque ele poderia já não estar, vai saber. Mas, as vezes, é inevitável.

Sábado foi a festa do Divino em Leme do Prado, no mundo que compartilhamos, estaríamos lá. Mas na minha vida presente, levaria ele para ver o Veronez na Guaicurus.

Qual a probabilidade do meu pai ir a uma Virada Cultural? Acho que grande. Ele fundou o Carnaval Temporão de Capim Branco e amava uma festa de rua.

As vezes tenho a impressão de não sentir mais saudades dele, que o sentimento que existe é outro, é difícil explicar.

Mas sei que no sábado lembrei muito dele, na minha cabeça ele ía curtir o show, e os meus amigos que ele não teve a oportunidade de conhecer.

No meu coração dediquei a ele a música. Mandei amor. E de certa forma, senti ele responder.

Somos resultado, entre outras coisas, de nossos ancestrais. Existe uma parte do meu pai que pulsa em mim. Pulsa quando falo de justiça social, quando sonho com um mundo mais justo e igualitário, quando estou me divertindo na rua.

Uma semana antes da sua morte ele me deu uma cópia do poema de Drummond de presente:

"Como aliviar a dor do que não foi vivido? A resposta é simples como um verso: Se iludindo menos e vivendo mais!"

Não existe maneira mais simples de manter meu pai vivo em mim do que vivendo e tentando ser feliz.

O amor que tenho por ele, como todo amor, é eterno. E ele sabe disto. Tenho certeza que ele se orgulha de mim e que de onde estiver, abençoa minha caminhada e vibra pelas minhas conquistas.

"Saudades é o amor que fica"

Denise Flores

#divirtasenocaminho

FOTO: Perfil @viradaculturalbh

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