Chegadas, partidas e afetos
- Denise Flores

- 24 de fev. de 2019
- 2 min de leitura
Este ano, entre acontecimentos e atribulações, muito tenho pensado sobre como mudei a forma de me relacionar com as pessoas, e consequentemente, com o mundo.
Às vezes quando uma pessoa entra nas nossas vidas achamos que ela vai ficar “para sempre”, e a relação só não é mais efêmera porque o Universo dá um jeito de não deixar que gastemos mais tempo do que o necessário com quem já chegou de malas prontas para seguir o próprio caminho.
Quando era mais nova, era extremamente apegada às pessoas. Achava que todo mundo que eu conhecia, tinha que ficar na minha vida “para sempre”. Afinal, por que haveria de ser diferente?
A vida muito sabiamente me ensinou que desapego é fundamental. Que nem todo mundo precisa ficar. Demorei muitos anos para entender o real significado da palavra amizade, agora desfruto das melhores que a vida poderia me oferecer.
Ao longo da vida conheci mais pessoas do que sou capaz de enumerar, muitas, talvez a maioria, ficaram no passado, viraram personagens que contam a minha história em diversos e diversificados capítulos.
Não sou perfeita, e ao reconhecer a minha imperfeição, entendo que estamos todos aprendendo e evoluindo. Por isto, não dá para apenas cortar da vida quem erra, ainda que alguns erros tenham me causado dor.
Minhas experiências, dores e a maturidade, me ensinaram que mais importante do que um erro ou uma briga é todo o resto que fica depois disto. É preciso pôr na balança para entender, quem fica e quem deve partir.
Este final de semana conclui que cada vez mais não meço esforços por quem está ao meu lado, me desdobro por estas pessoas, suas demandas de atenção, amor, ajuda, o que for. E na mesma proporção cada vez menos me esforço para manter relações.
Se tem uma coisa que aprendi é que relações saudáveis tendem a serem orgânicas. Elas acontecem naturalmente.
Um procura o outro. Se um some o outro dá falta. Se um tá apertado para encontrar, o outro se esforça e abre mão de alguma coisa para fazer o encontro acontecer. Existe esforço dos dois lados para encontros em rotinas corridas, sem que isto se torne uma obrigação. E se não encontrar, tudo bem também, desde que a vontade exista.
Relacionamentos devem ser construídos por pessoas dispostas. Dispostas a cuidarem umas das outras. A se doarem. A se encontrarem. A chamar atenção quando necessário.
Dispostas a rir, chorar, crescer e amar.
Este final de semana, um amigo muito próximo e querido, me disse uma frase com a qual concordo plenamente:
“Nossa vida só tem sentido se houver, afeto, carinho, amor”.
Relacionamentos não são pessoas que se encontram. São almas que dividem afeto, e muitas vezes, por sorte, amor.
Se não for isto, deixe partir.






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