Saudades, Cláudia, Saudades
- Denise Flores

- 25 de mai. de 2018
- 2 min de leitura
Não sei se é porque outro dia postei uma foto, ou se é porque comi baião de dois e lembrei do dia em que fomos comer farofa com feijão de corda e de como ela temperava a comida com pimenta rosa. Talvez seja a chegada do feriado de corpus christi que foi a ocasião na qual nos falamos pela última vez.
Posso não saber qual foi o gatilho, mas o sentimento eu sei de cor, saudades! Destas que arrebentam o peito, sacodem a alma, fazem a gente suspirar.
Ontem deitei para dormir e fiquei um bom tempo pensando na Cláudia.
A foto abaixo, onde estamos as duas, é um registro do início da nossa amizade. Uma festa em novembro de 2005, eu tinha apresentado um trabalho na faculdade, a Cláudia amou o trabalho e começou a prestar atenção em mim. Que sorte a minha!
Cláudia foi uma das pessoas mais autênticas que a vida me apresentou. Com tom próprio, livre e impulsiva, ela nos incentivava a ser assim. Me achava meio careta, queria que eu me permitisse mais, experimentasse mais a vida.
Ela costumava chamar a nossa turma de "juventude do cinema", imagino o quanto iria se divertir agora que temos a nova geração, os filhos da juventude.
Como gostaria de dividir com ela, risadas sobre os rumos loucos da vida, e longas discussões sobre os acontecimentos no país.
Seis meses separam o dia em que ela me ligou para contar que estava doente e a ligação que me contava da sua partida. Seis meses que mudaram meu ponto de vida sobre tantas coisas, em especial, sobre a morte. Seis meses de uma longa despedida, regada a esperança de que nos fosse dado muito mais tempo. Nunca dissemos adeus, ela nunca falou em morrer, sempre apostou na vida.
É certo que "nossas digitais não se apagam das vidas que tocamos", as digitais de Cláudia ficaram impressas na minha vida, na minha alma.
Minha torcida para a vida após a morte é pela possibilidade do reencontro com tantas pessoas amadas que partiram cedo demais.
Compartilhar este texto é uma forma de lembrar, a mim e a vocês, que o que vale na vida são as pessoas que amamos, os amigos que cultivamos e as paixões que vivemos.
À Cláudia... gratidão por tudo que ela me incentivou, me inspirou, plantou em mim. À ela, orações, amor e amizade. Como diz a canção... "até a próxima vez".






Comentários