Há cem anos meu bisavô rezou pela primeira vez em louvor a Nossa Senhora da Abadia. Não existe registro da história completa, ninguém sabe ao certo quando pararam de rezar, nem quando voltaram. Mas não seria um exagero dizer que vou a reza desde que nasci.

A reza é feita em latim, seguida pelo momento de beijar a santa, e depois, festa.

Este ano, estava com muita vontade de ir, mais que o normal de quando tem festa da família. Minha família paterna é muito animada, então as festas são imperdíveis.

Entre ir, e não ir, por causa de trabalho, acabou dando certo.

O que sei dizer é que enquanto algumas pessoas continuam discutindo o que é "família", a minha segue sendo o que sempre foi: uma bagunça cheia de afeto.

Este final de semana comentamos que depois da morte do meu pai, minha mãe poderia ter se afastado da família dele, mas muito pelo contrário, ela faz parte da família.

Toda a minha vontade de ir se transformou em energia para aproveitar cada minuto. Rezei muito, e igualmente me diverti.

Sou sempre recebida pela família com muito acolhimento e carinho. As pessoas realmente ficam felizes em me ver, e fazem questão de expressarem isto. E eu também fico muito feliz em encontrar com todos. Em receber cada abraço.

Somos uma família unida na dor e na alegria. Acreditamos na importância da família e dos encontros de família.

Este ano achei que teve algo de diferente no encontro, um afeto a mais, algo que não sei explicar. Mas sei que todo carinho recebido está registrado na alma e que a energia boa do final de semana irá me acompanhar pelas próximas semanas.

Encontros, abraços, afeto, amor. É isto que levaremos da vida.

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