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Visita ao Vô e Tia Marina

  • Foto do escritor: Denise Flores
    Denise Flores
  • 7 de ago. de 2018
  • 2 min de leitura

Ontem fui ajudar minha tia avó com umas questões de telefonia e passar um tempo com ela e com meu avô. Meu avô tem 86 anos, ela tem mais ou menos a mesma idade.

O problema maior do meu avô é a memória recente, então repetimos algumas vezes o diálogo sobre como está minha mãe e minhas irmãs. Tenho que listar umas duas vezes quem são os netos e bisnetos. No mais, a conversa voltou a fluir.

Ontem falamos sobre culinária, carnes exóticas, política, Miami (onde meu avô morou por 2 anos), Cuba, etc

Entre um assunto e outro, eles criticaram que o falso moralismo ainda exista, ficaram horrorizados de saber que pessoas impliquem com a amamentação em locais públicos. Foram categóricos em dizer que a legalização do aborto é o único caminho viável. Que não tem mais porquê não liberarem a maconha (quem quiser que fume). Lembraram amigos que sofreram com os horrores da ditadura, e afirmaram ser uma ignorância monumental defender a volta de um período marcado pela violência e corrupção.

Depois, ficamos rindo com a notícia que os extraterrestres estão chegando no final do ano. E tia Marina expressou estar muito satisfeita com o namoro do Lulu Santos.

Fui embora e deixei meu avô lendo (mais uma vez) o "Grande Sertão".

Estes encontros me dão a certeza de que aquilo que acreditamos e defendemos, levamos para a vida.

A admiração pelo meu avô só aumenta, não consigo deixar de observar que ele, apesar da demência, segue sendo um homem de sabedoria ímpar, com grande senso de coletivo, porque defende assuntos em que nada alteram sua vida. Ao contrário de tantos que se acham sábios demais, e só conseguem repetir frases de efeito, que destilam ódio e de nada acrescentam para a construção de um futuro mais digno e justo.

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