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Um brinde ao meu pai

  • Foto do escritor: Denise Flores
    Denise Flores
  • 5 de abr. de 2020
  • 2 min de leitura

No almoço, brindei com minha mãe à memória dele. Hoje fazem exatos 15 anos da morte do meu pai.


Raramente penso em como seria se ele estivesse aqui. Mas nos últimos dias me peguei pensando como ele estaria durante o recolhimento social, comentei com minha mãe e concluímos que ele estaria escutando música, bebendo cerveja ou whisky e ligando para todo mundo. E me chamando a cada ligação porque certamente iria se atrapalhar com as chamadas de vídeo.


Uns dias depois, quando saiu a reportagem sobre o Ceasa, comentei na hora, ele estaria trabalhando. Ou não, vai saber.


Como era apenas um pensamento feliz sobre como estaríamos convivendo, pensei no pai, não na figura pública.


Meu pai me ensinou, por meio de exemplos, sobre justiça social, compaixão e amor ao próximo.


Quinze anos depois da sua morte já não temo que o espelho possa se quebrar, tenho certeza do orgulho imenso que ele deve sentir da mulher que me tornei, do ser humano que tenta se aprimorar, sempre.


Seu último ato não define a sua história, mas certamente marcou, e muito, a minha vida (a vida de todos que conheceram ele).


Falo sobre suicídio sob o ponto de vista de quem teve a vida transformada por perder o pai assim. É uma lição que se aprende em muitas camadas e dói de muitas maneiras.


Como não tenho saído, não tenho feito a oração que está colada na porta da sala e que ele adorava. Mas hoje me lembrei da sua frase predileta:


"Ame muito e perdoe sempre, eu fiz isto e deu certo".


Deu certo sim, pai.

De onde estiver, siga sendo luz a nos guiar.


Saudades é o amor que fica, é a esperança do reencontro em um mundo mais feliz.


Denise Flores



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