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Mozão, cadê você?

  • Foto do escritor: Denise Flores
    Denise Flores
  • 15 de jun. de 2020
  • 2 min de leitura

Dia dos namorados seguido por dia de Santo Antônio, o santo tido como casamenteiro, sempre me fazem pensar sobre paixão, amor e relacionamentos.


Vejo meus ex’s, em suas postagens em redes sociais, e os percebo tão diferentes de mim, então lembro que as pessoas mudam com o tempo, são transformadas pelas experiências vividas.


Parece que existe um abismo entre tantas histórias, mas para mim é claro porque todos aqueles relacionamentos tiveram começo, meio e fim.


Pode parecer estranho ter os ex’s nas redes sociais, mas fui madrinha de casamento do meu primeiro namorado, que casou com uma grande amiga, e depois, de um amigo por quem tinha sido apaixonada e com que já havia ficado.


Acredito que quando os relacionamentos são saudáveis eles podem seguir, transformados, podem até ser apenas uma “convivência” em redes sociais, mas sem a necessidade de um rompimento “como se nunca tivessem acontecido”.


Estêvão é o único ex do qual nunca mais tive notícias (e nem quero ouvir falar). Ele é “aquele ex” cujas ações me feriram muito, chorei, precisei de muito colo, e depois reagi as feridas me fechando para o mundo, temendo que novos relacionamentos pudessem me causar mais dor. Infelizmente, quase todo mundo acumula um ou mais “ex’s” que causam este efeito.


A morte do meu pai, por ter sido suicídio, também teve sua imensa parcela de contribuição na minha dificuldade em voltar a confiar nas pessoas, em especial, em homens.


Em algum momento, na última década, tinha decidido que só voltaria a ficar com o “meu marido”, um mecanismo de defesa, né? Porque todo mundo que aparecia não virava marido, e esse era um bom motivo para não me envolver.


Mecanismo detectado (porque não era algo consciente) e tratado, voltei a me abrir para a vida.


Nos últimos anos, tive a fase de querer muito namorar, sem nem ter certeza do que isto significa ou o que realmente estava me fazendo falta. Fase também superada, sem cair em nenhum conto do “namoro que deveria ter sido”.


Enfim, cheguei nesta fase super preciosa, de elaboração de muitas experiências. De voltar a mim mesma. De me descobrir e me redescobrir. De colocar os pés no chão. Me permitir sentir. Identificar sentimentos. Entender o que eu quero e o que não quero. O que é importante. Onde quero estar e para onde não quero voltar.


Aquela fase de me namorar, curtir minha companhia. É clichê, mas é verdade que não podemos estar bem com outra pessoa se não estivermos bem conosco.


Talvez este seja o motivo de mozão ainda não ter aparecido. O Universo é sábio, preciso e professor. Me deu histórias e experiências que me ajudaram a curar feridas. Me deu tempo de aprendizado.


Me mostrou que fico super bem sozinha, sei fazer-me rir e feliz.


E que de agora em diante, para caminhar ao meu lado, tem que ter a mesma energia, o mesmo brilho, a mesma vontade de experimentar a vida e levantar cada vez que cair.


Com tudo isto, no dia dos namorados, senti falta do que sempre me fez feliz neste dia, e em tantos outros, a companhia dos amigos, para dividir sorrisos e produzir boas lembranças.


Denise Flores

15 JUN 2020



Foto: Férias no Rio Grande do Norte - 1998


 
 
 

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