Precisamos falar sobre legalização do aborto
- Denise Flores

- 22 de jun. de 2018
- 2 min de leitura
Vergonhosamente, admito que mesmo em tempos de luta e resistência, há meses não participava de um ato, manifestação, etc.
Quando vi que estavam programando um ato pela legalização do aborto em algumas cidades brasileiras, achei importante participar.
Por diversas razões, acredito que nunca farei um aborto. Inclusive, já fui contra a legalização, até que um dia, a Renatinha trocou uma ideia comigo, já imaginando que eu era contra a legalização, me mostrou um outro ponto de vista. Passei a estar mais atenta ao assunto e a tentar entender.
Apesar do aborto ser proibido no Brasil, conheço mulheres (e histórias de mulheres) que já abortaram. Você também deve conhecer mulheres que já abortaram.
Uma pesquisa de 2016 apontou que “uma em cada 5,4 mulheres brasileiras aos 40 anos já realizou pelo menos um aborto” e que “a mulher brasileira que faz aborto é a dona de casa, ou seja, a mulher comum. Não existe o estereótipo da mulher que pratica o aborto.”
É comum ver quem condena a legalização argumentar “em nome de Deus”. No entanto, também segundo pesquisa, 88% das mulheres que já praticaram aborto, se declarou religiosa (65% católicas, 25% protestantes e 5% outras religiões).
Ainda sobre números, o que se vê em todo o mundo, é que o número de abortos vem caindo consideravelmente nos países em que a prática foi legalizada.
Obviamente, legalizar não é algo simples. Mas, é fundamental entender, que legalizar não significa incentivar.
Legalizar demanda que mais informações sejam colocadas à disposição da população, que as mulheres que desejam abortar entendam suas alternativas, se sintam acolhidas, tenham suporte psicológico, não tomem uma decisão em meio ao desespero. Ações que podem fazer com elas mudem de ideia (ou não).
Falar sobre aborto legal e seguro por mais contraditório que possa parecer, é falar sobre salvar vidas, em especial, de mulheres pobres.
Não é porque uma causa não me atinge diretamente que eu não possa levantar a bandeira em prol desta causa.
Precisamos pensar no outro, no todo, se quisermos avançar.
Ou como diz a canção, "empatia, empatia, como você se sentiria?"
Fiz a foto que ilustra o post no "Ato pela legalização do aborto - Belo Horizonte"






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