Ao meu pai, com amor
- Denise Flores

- 5 de abr. de 2018
- 1 min de leitura
A verdade é que nos últimos treze anos em algum momento me acostumei a rotina sem ele. Porque a vida é assim, ela segue, e temos que nos adaptar.
Aprendi com ele o amor pelo carnaval. Tivemos uma fase de futebol aos domingos (na verdade eu tive a fase, ele nunca deixou de ir ao campo encontrar os amigos). O momento da carona para a faculdade era perfeito para trocarmos confidencias e conselhos.
Não queria que ele fosse prefeito, mas acabei embarcando no seu sonho. Por ele, enlouqueci em carreata e fiz discurso em palanque.
Dividimos uma vida. O tempo que nos foi dado foi aproveitado da melhor maneira.
Sua decisão de partir me fez amadurecer. Sofri muito, mas entendi que sou capaz de amar incondicionalmente.
Essa semana meu avô disse "queria saber a opinião do Chico, ele era um democrata".
Muitas vezes me falta a opinião dele, os seus conselhos. Dependendo da situação, ainda sinto que ele saberia o que fazer, enquanto fico perdida, tentando me encontrar.
Queria que ele conhecesse alguns amigos que são fundamentais na minha vida, mas que "só apareceram" nos últimos anos.
O mais importante é que o espelho jamais se quebrou.
Sinto falta da afinidade que tínhamos, e por outro lado, sei que é ela que mantém sua memória viva em mim.
A afinidade e o amor, porque amor é a saudade que fica. E amar é para sempre.






Comentários