Viva os mortos!
- Denise Flores

- 2 de nov. de 2017
- 2 min de leitura
Ah, dia de finados! Dia dos mortos!
Comemorado no mundo inteiro e tantas vezes também ignorado.
A morte é o destino natural de todos nós, mas o assunto, pelo menos no Brasil, é um tabu. É como se falar sobre a morte significasse mau agouro.
Quem me conhece, sabe da minha relação sobre o tema. Tenho grande curiosidade, já li muito, vi filmes, falo pelos cotovelos.
Realizei o sonho de conhecer a festa dos mortos no México e sempre celebro o dia de finados no Brasil.
Quando era pequena, sempre que ía a Paracatu, visita o cemitério com meu pai. ìamos ao túmulo da minha avó, da minha bisavó, do Alcir, do Tio Luzimar, do seu Nelson, de um amiga do meu pai, entre outros. Era um ritual.
Ao longo dos últimos anos, a vida me ensinou a me despedir, repetidas vezes, de muitas maneiras, e eu aprendi que a morte não escolhe o gênero, a classe social, a idade ou a vontade de viver.
Ela apenas tem a sua hora de chegar.
Tudo na vida é transitório, nada dura para sempre, nem o nosso corpo.
Acredito que a morte é a própria vida transformada.
Uma vez li o depoimento de uma criança com câncer, que dizia que nosso corpo é como um casulo,e que quando terminamos o que viemos fazer aqui na terra, ficamos livre, e voamos de volta para casa, como uma borboleta.
Busco ter pela morte o mesmo respeito que tenho pela vida.
Honrar e celebrar os mortos é conservar histórias e memórias.
Devemos honrar nossos ancestrais, nossos amigos, nossa história.
“Não se deve deixar morrer os nossos mortos, pois cada um é a somatória de seus mortos, que só existem se são lembrados pelos vivos."
E a cada lembrança, a eternidade se renova.
"Acaso de veras se vive con raiz em la Tierra?
NO PARA SIEMPRE EN LA TIERRA
Solo un poco aqui.
Aunque sea de jade se quiebra,
Aunque sea de oro se rompe,
Aunque sea plumaje de quetzal se desgarra.
NO PARA SIEMPRE EN LA TIERRA:
SÓLO UN POCO AQUÍ."
Nota: o poema no final do texto e a foto são lembranças da viagem ao México, no ano de 2012






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