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Dores invisíveis

  • Foto do escritor: Denise Flores
    Denise Flores
  • 29 de mai. de 2017
  • 1 min de leitura

- Tá doendo.

Ela disse.

- Onde?

Perguntou ele aflito.

- Uma dor invisível.

Ela respondeu já com lágrimas nos olhos.

- Não existe dor invisível, dor foi feita pra ser vista.

Disse ele taxativo.

E num só fôlego ela respondeu:

- Talvez nunca tenha doído em você. Não tô falando de braço quebrado ou coração partido. É pior. Porque é uma dor que sufoca. Que de tão doída todo motivo é sem sentido pra explicar porque doí tanto. Doí no peito, rasga a alma. Parece que é infarto. Sempre escorre pelos olhos, alivia, mas não acaba. Dá vontade de sumir, desaparecer, só pra ver se a dor para de doer. Doí no quarto escuro e a luz do dia. Doí no barulho da multidão e no silêncio da solidão. Doí tanto que a boca fica seca, o coração disparado e a cabeça zonza. Os músculos ficam travados e nem fome eu sinto. É uma dor tão grande que não dá pra entender como ela cabe dentro de mim.

- Ninguém vê?

Ele pergunta cauteloso.

- É difícil de ver, por isso acho que ela é invisível.

- E ela acaba?

- Não. Apenas descansa, para depois doer outra vez.

 
 
 

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