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PRECISAMOS FALAR SOBRE SUICÍDIO

  • Foto do escritor: Denise Flores
    Denise Flores
  • 8 de abr. de 2017
  • 2 min de leitura

Esta semana completou 12 anos da notícia mais difícil que a vida poderia me dar. Foi minha mãe quem me contou a verdade, acho que só por isso acreditei.

Mas a notícia foi pública e amplamente divulgada.

Na época alguns tiveram a coragem de nos perguntar, e tenho certeza que tantos outros ficaram com esta pergunta na cabeça:

Vocês não perceberam nada de diferente?

Não. No caso do meu pai ele não deu nenhum indício, tinha sido eleito prefeito, havia comemorado bodas de prata com minha mãe. Ele sempre foi a favor da vida e estávamos todos bem.

Mas este perfil é quase uma exceção. A maioria das pessoas que comete suicídio demonstra sinais, avisa, tem histórico de tentativas.

Já vi muitas pessoas fazerem esta escolha: dois amigos, um colega de profissão, uma tia avó, pais de amigos, ex-colega de colégio, minha vizinha, um tio...

Cada caso foi um caso.

Esta é uma escolha sem volta. Mata quem vai e um pouco de quem fica.

Suicídio é um caso de saúde pública que precisa ser tratado com urgência e atenção.

Depressão não é frescura. Uma pessoa que vai se matar, as vezes, está querendo chamar atenção sim, para o fato que ela vai se matar.

Para quem precisar de ajuda existe o CVV Centro de Valorização a Vida - Disque 188

Eles atendem ligações 24 horas, sigilo e anonimato são garantidos.

Também tô aqui, se puder ajudar em algo. ;)

E precisamos, sempre, praticar a empatia, a sonoridade e o amor. Dar atenção a quem precisa e não julgar o sofrimento alheio.

Uma vez li algo como "a última página não apaga a grandeza de uma história". É assim minha relação com meu pai. Não foi fácil lidar com o que aconteceu, mas nada mudou o respeito e a admiração que tenho por ele. Homem ético, solidário, gentil, amoroso, amigo, carismático, presente. Meu amor por ele é incondicional. <3

Obs.: Caso esteja se perguntando sobre como estou, estou bem, vivendo um momento lindo dá minha vida. Falo deste assunto da mesma maneira que falo de feminismo e cultura de estupro, por exemplo. Suicídio como caso de saúde pública é uma bandeira que carrego, e pela qual sempre vou lutar.

 
 
 

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