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Estes extremos, somos nós

  • Foto do escritor: Denise Flores
    Denise Flores
  • 24 de jun. de 2018
  • 2 min de leitura

As vezes tenho a impressão que estamos vivendo tempos de extremos, onde não é possível conciliar interesses diversos. Como se estivéssemos eternamente em um campo de batalha, e que escolher um lado é uma regra inevitável.

Mas pensando no mundo, nos acontecimentos, nas “pautas”, é preciso circular. Ampliar a visão e abraçar o máximo de sentimentos possíveis.

Pensemos na semana que passou.

Copa do Mundo. Assistir ou não assistir, eis a questão.

A verdade é que tanto faz. Se você gosta de Copa, sinta-se livre para acompanhar, caso contrário, apenas ignore.

Agora, acompanhar a Copa não é motivo para ignorar que são cem dias sem Marielle, cem dias sem respostas.

Ter opinião sobre o choro do Neymar, seja achando que foi teatro ou por pressão, não deve impedir a empatia pelo choro da mãe de Marcos Vinícius, e a indignação pela morte do estudante, mais uma vítima do extermínio diário nas favelas cariocas. Também é possível, ao mesmo tempo, se revoltar pela morte de uma criança brasileira e pela situação das crianças presas em jaulas nos E.U.A.

Ver novela ou série, não faz de você uma pessoa informada. É preciso encarar os noticiários, ir além dos grupos de whatsapp, desenvolver senso crítico.

Na última sexta, acordei, vi o jogo, tomei um café “verde e amarelo” com a minha mãe, arrumei umas coisas em casa, desembolei umas questões de trabalho, fui no ato pela liberação do aborto, ao centro espírita tomar um passe e depois comer e fazer uma resenha com amigas. Exatamente nesta ordem.

Terminei o dia exausta. Mas com a sensação que tinha feito tudo que desejei e precisei fazer.

A luta contra a alienação dá trabalho. Muito mais fácil assistir ao que é divertido e leve, do que encarar a realidade da crise que estamos vivendo (que o mundo está vivendo).

Se informar sobre tantas coisas, abraçar tantos acontecimentos, implica em se permitir múltiplos sentimentos.

Mas o mundo nunca foi, nem nunca será, preto no branco, ele é feito de nuances.

Alegria. Dor. Riso. Choro. Comemoração. Indignação. Apatia. Luta. Inércia. Movimento.

Estes extremos, somos nós.

Observação: Sempre lembrando que no caso de assuntos como homofobia, racismo, Bolsonaro, etc. Não existe um meio termo, é preciso escolher um lado.

Foto: Charge do Duke publicada originalmente no jornal "O Tempo".

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